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Sabado, 13 de Setembro de 2025
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Em 15 anos a Evolução de Brasil e Finlândia na matriz energética.

A Finlândia nos mostra que a Hélice quádrupla colaboração entre universidades, empresas, governo e sociedade civil é possível atingir uma meta.

Em 15 anos a Evolução de Brasil e Finlândia na matriz energética.
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A Revolução sustentável da Finlândia e as oportunidades e necessidades que o Brasil enfrenta.

Em um mundo que clama por sustentabilidade, a Finlândia e o Brasil emergem como protagonistas na busca por um futuro de carbono zero, cada um enfrentando desafios únicos e aproveitando suas forças para transformar suas matrizes energéticas. A Finlândia, com seus invernos árticos e meses de escuridão, conseguiu reduzir drasticamente combustíveis fósseis e ampliar fontes limpas como bioenergia, eólica, solar, geotérmica, calor residual e eficiência energética. O Brasil, abençoado por sol abundante, ventos constantes e vastos recursos naturais, também avança, com um potencial imenso para liderar globalmente. Esta matéria explora os últimos 15 anos (2010–2025) da transição energética desses países, destacando conquistas, lições mútuas e o que o Brasil pode aprender com a Finlândia para acelerar seu caminho rumo ao zero carbono.

Imagine viver onde o sol mal aparece por meses, e o termômetro mergulha abaixo de zero. Esse é o desafio da Finlândia, que, mesmo assim, transformou sua matriz energética total — que inclui eletricidade, aquecimento, transporte e indústria — em um modelo de sustentabilidade. Em 2010, combustíveis fósseis como carvão (13%) e gás natural (10%) pesavam na balança energética, poluindo o ar e aquecendo o planeta (Statistics Finland, 2010). Hoje, em 2025, esses números desabaram para menos de 5%, com o carvão praticamente extinto (Euronews, 2025).
 
 
Carvão zerado. Em Helsinque, a campanha “Helsinque Livre de Carvão” fechou usinas como Salmisaari (2023) e Hanasaari (2025), substituindo-as por bioenergia e caldeiras elétricas, anos antes da meta de 2029 (Euronews, 2025). “Foi um esforço coletivo”, diz Anna, moradora da capital. Hoje, respiramos um ar mais limpo, e nossa cidade é aquecida por fontes renováveis.
 

Gás em declínio: O gás natural, antes importado da Rússia, perdeu espaço com a crise de 2022(guerra Russia x Ucrania) , caindo para usos industriais mínimos (IEA, 2023). A Finlândia apostou em alternativas como bioenergia e eólica, mostrando que é possível romper dependências fósseis.

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Bioenergia liderando: A bioenergia, usando resíduos florestais, passou de 20% em 2010 para 28% em 2023, aquecendo lares e gerando eletricidade (Statistics Finland, 2024). “Nossas florestas são um tesouro, mas sabemos que precisamos usá-las com cuidado”, explica Mika, engenheiro florestal. O país investe em biocombustíveis avançados para reduzir a queima de madeira até 2040 (IEA, 2023).

 

Eólica em ascensão: A energia eólica, quase inexistente em 2010 (<1%), explodiu para 10–15% da eletricidade em 2025, com turbinas girando no Golfo de Bótnia (Euronews, 2025). Apesar dos ventos sazonais, a Finlândia planeja liderar com eólica até 2027.

Solar contra as odds: Mesmo com pouco sol, a solar cresceu para quase 1% da eletricidade, com painéis em telhados urbanos (Statistics Finland, 2024). “É um complemento, mas cada raio de sol conta”, diz Liisa, dona de uma casa com painéis solares.

Geotérmica inovadora: Em 2025, Vantaa lançou uma usina geotérmica para aquecimento, um marco para o clima ártico (YLE, 2025). Projetos em Espoo mostram o potencial para reduzir a dependência de combustíveis.

Calor residual: Helsinque aquece milhares de casas com calor de data centers e esgotos, como na usina Katri Vala, a maior bomba de calor do mundo (Helen, 2023). “Reaproveitar energia é como reciclar calor”, brinca Tuomas, técnico da usina.

Eficiência energética: Campanhas cortaram 10% do consumo em 2022–2023, com retrofits e tecnologias inteligentes. A meta é reduzir 20% até 2030, mesmo no frio (IEA, 2023).

 

Brasil hoje esta  com pressa

Agora, imagine um país onde o sol brilha o ano todo, os ventos sopram constantes e os resíduos agrícolas abundam. Esse é o Brasil, com um potencial renovável invejável, mas que ainda caminha a passos lentos. Nos últimos 15 anos, o Brasil avançou em sua matriz energética total, mas enfrenta desafios para igualar a velocidade finlandesa.

Carvão em queda lenta: Em 2010, o carvão gerava 5% da eletricidade, concentrado no Sul (EPE, 2011). Em 2023, caiu para 3%, com usinas como Candiota (RS) ainda ativas (EPE, 2024). “Queremos fechar essas usinas, mas falta um plano claro”, admite João, Funcionário do governo. Em 2025, espera-se 2–3% Segundo Aneel fechou 2024 com 1,75%, sem prazo firme para eliminação (EPE, 2024).

Gás natural persistente: O gás representava 10% da eletricidade em 2010, subindo para 15% em 2023 com o pré-sal (EPE, 2024). Apesar de chamado de “transição”, atrasa a descarbonização. “Temos sol e vento, por que insistir no gás?”, questiona Maria, engenheira de na área de recursos renováveis. Em 2025, deve ficar em 12–15% (EPE, 2024).

Bioenergia gigante: O Brasil é rei do etanol, com bioenergia (bagaço de cana, etanol, lenha) hoje o etanol de milho ganhou uma grande relevância, mantendo 25–28% do consumo energético desde 2010 (EPE, 2024). Em 2023, a biomassa gerou 4,6% da eletricidade (3.218 MW médios), com bagaço liderando (12.410 MW instalados) (Ministério de Minas e Energia, 2024). “O bagaço da cana é ouro, mas precisamos explorar mais resíduos, como casca de arroz”, sugere Carlos, agricultor no interior de RS

Eólica voando alto: A eólica saltou de 1% em 2010 para 12% da eletricidade em 2023, com parques no Nordeste, como Delta (PI) (EPE, 2024). “Os ventos aqui são imbatíveis”, diz Ana, técnica em energia eólica. Em 2025, espera-se 15–18%, com offshore ainda engatinhando (EPE,
Eólica voando alto: A eólica saltou de 1% em 2010 para 12% da eletricidade em 2023, com parques no Nordeste, como Delta (PI) (EPE, 2024). “Os ventos aqui são imbatíveis”, diz Ana, técnica em energia. Em 2025, espera-se 15–18%, com offshore ainda engatinhando (EPE,2024).
 
Solar brilhando: Praticamente nula em 2010, a solar atingiu 10% da eletricidade em 2023, com fazendas no Nordeste e painéis em telhados (EPE, 2024). “Instalei solar em casa e minha conta caiu pela metade”, comemora Pedro, de Salvador. Em 2025, com 22% da Matriz elétrica, energia solar é a segunda maior fonte de energia do pais. A geração de energia solar superou a marca de 55 gigawatts (GW) de potência instalada operacional no Brasil. Desse total, 1,6 GW foi adicionado ao sistema neste ano, segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Geotérmica parada: Apesar de potencial em áreas como Caldas Novas (GO), a geotérmica segue inexplorada (EPE, 2024). “É uma pena, poderia complementar nosso mix”, lamenta Sofia, geóloga.

Calor residual tímido: Projetos piloto em São Paulo e Rio capturam calor de indústrias, mas falta escala (EPE, 2024). “Se Helsinque faz isso, por que não nossas cidades?”, pergunta Rafael, urbanista.

Eficiência energética: Programas como Procel reduziram perdas, mas o progresso é lento por falta de incentivos amplos (EPE, 2024). Em 2025, avanços são modestos (EPE, 2024).

A Finlândia prova que barreiras climáticas não param a sustentabilidade. De 20% de renováveis limpas em 2010, passou a 35–40% em 2023, com fósseis quase eliminados (Statistics Finland, 2024). O Brasil foi de 25% para 30–35%, mas mantém fósseis (~15%) por escolhas políticas (EPE, 2024). Na eletricidade, a Finlândia tem 30–35% de bioenergia, eólica e solar, enquanto o Brasil chega a 30% (EPE, 2024).

Finlândia ensina: Metas claras (lei de 2019 baniu carvão), ação rápida (crise de 2022 acelerou renováveis) e consenso político (Helsinque mira 2030) foram cruciais (Governo da Finlândia, 2019; Euronews, 2025). “Quando todos remam juntos, o barco voa”, diz Kaisa, ativista finlandesa.

Brasil avança, mas hesita: Leilões de eólica e solar desde 2010 impulsionaram renováveis, mas o Plano Decenal 2030 não bane fósseis, e gargalos regulatórios atrasam (EPE, 2024). “Temos tudo para liderar, mas falta vontade política firme”, reflete Clara, analista de energia.

O potencial brasileiro

O Brasil tem vantagens que a Finlândia invejaria:

  • Clima: Sol e ventos constantes permitem eólica e solar em escala (EPE, 2024).
  • Recursos: Bagaço de cana, casca de arroz e outros resíduos superam florestas finlandesas (Ministério de Minas e Energia, 2024).
  • Escala: Um país-continente pode multiplicar fazendas solares e eólicas (EPE, 2024).
  • Demanda: Sem aquecimento intensivo, energia vai para crescimento sustentável (EPE, 2024).

Legislações para o Brasil voar

Para superar a Finlândia, o Brasil precisa de:

  1. Banir fósseis: Lei para zerar carvão (2030) e gás (2035), como a Finlândia fez (IEA, 2023).
  2. Impulsionar renováveis: Subsídios para eólica offshore, solar distribuída e bioenergia de resíduos (EPE, 2024).
  3. Eficiência: Retrofits obrigatórios em prédios públicos e incentivos a tecnologias inteligentes (IEA, 2023).
  4. Bioenergia sustentável: Certificação para evitar desmatamento
  5. Calor residual: Parcerias para integrar calor em cidades, inspiradas em Helsinque (Helen, 2023).

Um futuro compartilhado

A Finlândia mostra que o impossível é só uma questão de vontade. Com políticas ágeis, eliminou fósseis e abraçou renováveis, mesmo no gelo. O Brasil, com sol, vento e vida pulsando, já é um gigante verde — só precisa correr mais rápido. “Se eles conseguiram no frio, nós podemos brilhar no calor”, sonha Luiza, estudante de engenharia no Recife. Que a história finlandesa inspire o Brasil a liderar a transição energética global, com energia limpa para todos.

Fontes:

 

 
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Redação Trino Cast

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